Grupo eleito para a gestão 2020-2023 busca constituir um ativo canal de comunicação para discutir e orientar os associados sobre diferentes demandas da carreira e atividade profissional
Eleita em agosto e empossada em 18 de outubro passado, a nova Comissão de Ética da Associação Médica iniciou a nova gestão com a proposta de constituir um verdadeiro fórum para debater questões éticas relacionadas ao exercício da medicina. Em instituições médicas (públicas ou privadas) que reúnem mais de 30 médicos, a presença da Comissão de Ética é uma exigência do Conselho Federal de Medicina. Na AML, entretanto, a nova comissão quer desempenhar um papel que vá além das atividades protocolares preconizadas pelo CFM e CRM Paraná.
O objetivo do atual grupo é tornar-se também um ativo canal de comunicação que escuta os médicos associados, modera relacionamentos entre os diversos atores e atividades da profissão médica e participa mais ativamente da interlocução com as demais comissões da Associação, como forma também de oportunizar maior conhecimento, divulgação e respeito ao Código de Ética Médico (CEM), os pareceres e decretos emitidos pelos Conselhos Federal e Estadual, e entidades médicas nacionais. Legislação e normatizações que detalham sobre direitos e deveres do profissional no exercício da atividade médica no país.
Ou seja, além das atribuições legais e de rotina, o novo grupo da CE AML estabelece como sendo fundamental, também apoiar, sob o ponto de vista ético, as ações e demandas das comissões Científica e Acadêmica, assim como na recém-criada Comissão de Saúde Pública. Eleito pelo grupo no início de janeiro, o médico Antonio Nechar Junior presidirá a atual gestão da Comissão de Ética da AML. Para a secretaria foi eleita pelos colegas a médica Adriana Martin Swenson. Decanos como os doutores Jésus Roberto Ceribelli, José Luis de Oliveira Camargo e Edgard Luiz Westphalen, permanecem no grupo com suas valiosas contribuições sobre o papel do médico e a moderação das relações entre os profissionais, hospitais e comunidade externa.
Função moderadora e propositiva
Associado AML desde 12 de outubro de 1978, Dr Jésus Roberto Ceribelli é um dos membros mais votados para a Comissão de Ética da entidade, pelo menos nas últimas seis gestões. Formado pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto em 1969, vive em Londrina desde 1978, quando passou no concurso da UEL. Na universidade, foi docente na área de Cirurgia Geral e Aparelho Digestivo até 1995.
O decano defende que a CE AML tenha uma função moderadora, mas também propositiva, atuando próxima às comissões Científica e Acadêmica, e junto aos departamentos de Especialidades Médicas. “Em relação aos estudantes, que também têm um código de ética próprio (elaborado também pelo CFM em parceria com as entidades maiores da Academia Médica), nosso papel é o de ajudá-los, orientá-los e apoiá-los para uma plena formação ética”, pondera.
Ele lembra que os membros da comissão têm funções diversas, como vistoriar currículos dos novos associados para ver se estão enquadrados nos registros corretos, principalmente em relação às titulações – das especialidades e áreas de atuação médica. “E no caso de haver algum problema apresentado diretamente à Comissão de Ética, nossa obrigação não é de sansão, mas de avaliar, orientar e atuar preventivamente. Londrina tem uma situação muito tranquila em relação ao cumprimento do Código de Ética, por isso, a gestão pretende oferecer um olhar mais atento ao comportamento do médico profissional e garantir um espaço de discussão”.
Um grande fórum de e para consultas
Atual presidente da CE AML, Dr Antonio Nechar Jr é associado da entidade desde setembro de 1987. E em sua primeira disputa para se tornar membro da comissão, foi o segundo candidato mais votado. Em sua trajetória profissional nesta área, não falta experiência: atuou na Comissão de Ética do Hospital do Coração por 8 anos e foi vice-diretor do Hospital Londrina (antigo hospital da Golden Cross), onde também participou do Comitê de Ética.
“Entrei na Comissão de Ética da AML pela oportunidade de colaborar com questões da comunidade médica, notadamente na relação médico-paciente, incentivando o atendimento mais humanizado de acordo com os preceitos e normativas do Código de Ética Médica”, afirma.
A proposta da atual Comissão, segundo ele, é que o grupo de oito médicos, sempre em acordo com os princípios estabelecidos para a profissão, proporcione a formação de um grande fórum de consultas à disposição dos associados, que podem trazer suas demandas para serem debatidas. “Queremos estudar com os médicos e para os médicos”, pontua, destacando o desejo comum de que, por meio das normativas do CEM, seja possível sugerir e discutir questões e ponderar sobre a relação médico-paciente e profissional versus instituições de saúde – seja na rede pública, privada ou suplementar.
“O perfil da gestão é colaborativo. Por isso, em conjunto com os departamentos de Especialidades Médicas, será incentivada a promoção de encontros de Educação Médica Continuada (EMD), além de apoiar eventos e disseminar conteúdos relacionados à ética para os associados, assim como junto à comunidade onde atuam profissionalmente os associados AML”, completa.
Fonte: Matéria publicada originalmente no Jornal AML, edição fevereiro 2021