Dezembro Laranja: visitas regulares ao dermatologista previnem câncer de pele

Campanha da SBD alerta sobre a importância do diagnóstico precoce no índice de cura da doença, que responde por 33% dos diagnósticos realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA)

Dezembro é o mês de conscientização sobre o câncer de pele, doença que representa 33% de todos os diagnósticos realizados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) anualmente no Brasil. Em 2023, durante o Dezembro Laranja, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) educa sobre a importância de procurar um dermatologista para entender a combinação ideal de medidas de proteção para a pele. 

A campanha deste ano traz o tema “Cada um com a sua prevenção” e reforça a individualidade de cada brasileiro, destacando que por morarmos em diferentes locais e termos diferentes peles, as medidas de proteção devem ser individualizadas, levando em consideração a história de vida de cada um.

Uma das ações de conscientização foi o atendimento gratuito para orientação, diagnóstico e tratamento do câncer de pele, no dia 2 de dezembro, das 9h às 15h. Mais de 100 postos de atendimento espalhados pelo Brasil e cerca de 3,5 mil médicos dermatologistas e voluntários trabalhando para atender a população.

Mas o que é o câncer de pele?

É o tumor mais comum entre os brasileiros, representando 33% de todos os diagnósticos da doença, provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. 

Segundo a dermatologista Dra. Priscila Taguti Cruciol, associada AML, o câncer de pele é muito frequente no Brasil, principalmente os carcinomas. “Melanoma é o mais temido, por acometer pessoas jovens e ser potencialmente fatal.”

“Se faz necessário reconhecer alguns sinais, como, por exemplo, uma bolinha perolada, brilhante ou com vasinhos ou uma feridinha que não cicatriza e sangra com facilidade.  No caso das pintas, se elas são assimétricas, com bordas irregulares, com mais de uma cor e um diâmetro que 0,6 cm ou que estão apresentando modificações”, cita a médica.

Ela reforça que ao perceber qualquer um desses sinais, é importante procurar um dermatologista. “A dica de ouro é: evite a exposição solar excessiva e em horários de pico e faça uso regular do protetor solar.”

Os 3 tipos de câncer de pele são:

Carcinoma basocelular (CBC) – É o mais comum e surge mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Costuma se apresentar como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade. 

Carcinoma espinocelular (CEC) – Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo e pescoço. Tem coloração avermelhada e pode se parecer com uma verruga ou uma ferida espessa e descamativa, que não cicatriza. 

Melanoma – Apesar de ser o menos frequente dos cânceres da pele, tem o mais alto índice de mortalidade. Suas chances de cura são de mais de 90% se detectado precocemente. Costuma ter a aparência de uma pinta ou de um sinal em tons acastanhados ou enegrecidos, que mudam de cor, de formato ou de tamanho. 

Estes são alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele:

  • Ter alguém na família que tem ou já teve câncer da pele;
  • Ter tido muitas queimaduras de sol que deixam a pele muito vermelha e ardendo;
  • Ter muitas sardas ou pintas pelo corpo;
  • Ter a pele muito clara, do tipo que sempre queima no sol e nunca bronzeia;
  • Já ter desenvolvido câncer de pele;
  • Ter mais de 65 anos.

A SBD desenvolveu um teste para apontar a probabilidade de um indivíduo desenvolver câncer de pele. Clique aqui para responder as perguntas.

Sintomas do câncer de pele

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. 

Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

  • Lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abdominais e de cabeça.

Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, os dermatologistas costumam seguir a Regra do ABCDE:

  • Assimetria: assimétrico é maligno; simétrico é benigno;
  • Borda: irregular é maligno; regular é benigno;
  • Cor: dois tons ou mais é maligno; tom único é benigno;
  • Dimensão: superior a 6 mm é provavelmente maligno; inferior a 6 mm é provavelmente benigno;
  • Evolução: cresce e muda de cor é provavelmente maligno; não cresce nem muda de cor é provavelmente benigno

Tratamento

Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. 

A maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Estes são os mais comuns: 

– Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes.

– Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos.

– Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos.

– Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas.

– Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração.

– Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.

Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas.

Números

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. 

Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares, responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele e registra 8,4 mil casos anualmente.

Curiosidades sobre o câncer de pele

  • Pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente;
  • O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar;
  • Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura;
  • O diagnóstico precoce do melanoma é fundamental para o aumento na sobrevida e na qualidade de vida do paciente;
  • A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma, por isso exames preventivos devem ser realizados regularmente;
  • Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4) e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente.

Foto em destaque: Divulgação/SBD

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Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia

comunica.aml@aml.com.br

 

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