Informe Semanal da Dengue divulgado nesta terça-feira (6) confirma 7.238 novos casos da doença no Paraná
O Informe Semanal da Dengue divulgado nesta terça-feira (6/2) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registra 7.238 novos casos e mais dois óbitos pela doença no Paraná. O período sazonal 2023/2024, que teve início em julho do ano passado, soma 29.075 casos confirmados.
Em Londrina, nova notificação de dengue na quinta semana de 2024 apresentado nesta sexta-feira (9/2) apontou: 5.412 notificações de dengue na cidade, 1.106 casos confirmados, 1.168 casos descartados, 3.138 casos em análise e 1 óbito.
A Secretaria Municipal de Saúde elencou algumas ações para mitigar o número de casos de
dengue no município. São elas:
- Dia 10/02: Início da aplicação de inseticida residual nas unidades básicas de saúde e nas escolas municipais da região sul;
- Dia 10/02: No período da tarde, início das aplicações com UBV pesada “fumacê” em 31 bairros das regiões sul e oeste;
- Dias12 e 13/02: Equipe de endemias realiza orientação e entrega de sacos para descarte de resíduos a serem coletados pela CMTU no dia14/02;
- Dia14/02: CMTU coleta os materiais que armazenam água retirados após orientação dos agentes de endemias nos dias anteriores
Ampliação dos bairros a serem contemplados com a UBV pesada “fumacê” e realização do mutirão “Bota Fora”, em parceria com a CMTU, no Conjunto União da Vitória, foram outras ações de mitigação da Prefeitura de Londrina.
Dengue no Paraná
As duas novas mortes aconteceram em Apucarana, entre os dias 13 e 18 de janeiro. São dois homens, um de 22 anos e outro de 73 anos, ambos sem comorbidades. São oito óbitos em todo o Estado.
Este é o 22º Informe Epidemiológico publicado pela Vigilância Ambiental da Sesa, que registrou também 93.637 notificações, 21.854 casos em investigação e 38.215 descartados.
As Regionais de Saúde com mais casos confirmados de dengue são a 16ª RS de Apucarana (7.011), 17ª RS de Londrina (2.904), 14ª RS de Paranavaí (2.697), 22ª RS de Ivaiporã (2.663) e 10ª RS de Cascavel (2.264).
Já os municípios que apresentam mais casos confirmados são Apucarana (5.023), Londrina (2.307), Ivaiporã (1.536), Maringá (1.319), Paranavaí (1.108), Jandaia do Sul (1.062) e Santa Izabel do Oeste (997).
“A dengue não se combate de forma individual, mas de maneira comunitária, com solidariedade ao próximo. Estamos realizando diversas ações para conter a evolução de casos em todo o Paraná, mas a conscientização é fundamental para combater o mosquito, sobretudo em relação à remoção de possíveis criadouros que se encontram em sua grande maioria em áreas domiciliares”, avaliou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
O boletim completo da dengue no Paraná pode ser consultado aqui.
Situação de emergência
A explosão de casos de dengue em diversas regiões do País fez com que pelo menos quatro estados – Acre, Minas Gerais e Goiás, além do Distrito Federal – decretassem situação de emergência em saúde pública.
O decreto do estado de Goiás foi publicado na última sexta-feira (2/2). Dados da Secretaria de Saúde indicam que, este ano, foram registrados 22.275 casos de dengue e duas mortes no estado – um aumento de 58% na comparação com o mesmo período de 2023.
Minas Gerais publicou decreto de emergência em saúde pública no último dia 27. Até o dia 29, foram registrados 64.724 casos prováveis e 23.389 casos confirmados da doença, além de um óbito confirmado e 35 em investigação.
Já o Distrito Federal publicou seu decreto no último dia 25. O boletim epidemiológico mais recente aponta 29.492 casos prováveis de dengue nas primeiras quatro semanas do ano, além de seis mortes pela doença.
O decreto do estado do Acre foi publicado logo no início do ano, no dia 5. Até meados de janeiro, o estado havia contabilizado 2.532 notificações de casos de dengue. A capital, Rio Branco, lidera o quantitativo de casos.
Além das quatro unidades federativas, a cidade do Rio de Janeiro também declarou emergência em saúde pública em razão da dengue. O decreto foi publicado na segunda-feira (5/2), em meio a 20.064 casos prováveis da doença contabilizados até 1º de fevereiro.
Ações intersetoriais de combate ao mosquito
A médica associada Dra Josemari Sawczuck de Arruda Campos, integrante da Comissão de Saúde Pública da AML, explica que são muitos os fatores que interferem no controle do mosquito.
Segundo ela, a dengue é uma doença com um espectro de sintomatologia muito variável e, conforme a cepa, há o predomínio das formas assintomáticas ou com poucos sinais de sintomas.
“A confirmação dos casos é para as formas sintomáticas: aquela pessoa que adoece, tem febre, fica indisposta, que, muitas vezes, precisa de atestado para o trabalho ou para a escola e que procura o serviço de saúde ou, também, em decorrência do agravamento.”
Dra Josemari ressalta, no entanto, que o doente que apresenta menos sintomas também está transmitindo a infecção, assim como quem está sem sinal algum da doença, contribuindo para o círculo pernicioso da dengue.
Saiba mais nesta matéria que produzimos para o site da AML.
Sobre a dengue
Dengue é uma doença febril grave, causada por um arbovírus – vírus transmitido por picada de insetos, especialmente os mosquitos. O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti.
Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea do mosquito pode transmitir o vírus para outras pessoas. Há registro de transmissão por transfusão sanguínea.
Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além do fato de que a gestante está mais suscetível a desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, mas em populações vulneráveis, como crianças ou idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa. O risco de gravidade e morte aumentam quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo que tratadas.
A dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão, devido aos fatores climáticos favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti em ambientes quentes e úmidos.
Principais sintomas:
- Febre alta, maior que 38,5ºC;
- Dores musculares intensas;
- Dor ao movimentar os olhos;
- Mal-estar;
- Falta de apetite;
- Dor de cabeça;
- Manchas vermelhas no corpo.
Sinais de alerta:
- Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome;
- Vômitos persistentes;
- Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico);
- Sangramento de mucosa ou outra hemorragia;
- Aumento progressivo do hematócrito;
- Queda abrupta das plaquetas.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que pode se tornar possível criadouro, como em vasos de plantas, galões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Medidas simples podem ser adotadas, como substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia; deixar a caixa d’água tampada; cobrir os grandes reservatórios de água, como as piscinas, e remover do ambiente todo material que possa acumular água.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
Leia também: Altas temperaturas favorecem aumento de casos de dengue no mundo – Blog AML
Atualizada em 9/2/2024 às 14h
Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita com informações da Agência Estadual de Notícias e Agência Brasil
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