Associada da AML explica que a Medicina do Trabalho é responsável por garantir a segurança e priorizar um ambiente mais saudável para todos
Abril Verde é o nome da campanha de conscientização e prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais que acontece anualmente e lembra o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, que é celebrado em 28 de abril.
O objetivo da campanha é sensibilizar trabalhadores, empresários, sindicatos e o poder público sobre a necessidade de se investir em políticas e práticas que garantam um ambiente de trabalho seguro e saudável, além de chamar a atenção para a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho que são evitáveis.
A associada da AML Dra. Beatriz Tamura atua como médica do trabalho e destaca a importância do Abril Verde para a prevenção de doenças e acidentes que podem ser causados por acidentes no ambiente do trabalho. “A especialidade da Medicina do Trabalho é responsável por garantir a segurança e priorizar um ambiente mais saudável para todos.”
Segundo ela, algumas das principais doenças ocupacionais que acometem os trabalhadores brasileiros atualmente são:
- Distúrbios ósseo musculares relacionados ao trabalho;
- Surdez ocupacional;
- Sofrimentos psíquicos;
Dermatose ocupacional; - Asma ocupacional.
“A conscientização sobre segurança e saúde no trabalho é fundamental e deve ser priorizada para proteger a integridade física e mental dos trabalhadores porque alguns acidentes de trabalho podem ter consequências devastadoras, sejam temporárias, permanentes e às vezes até fatais”, alerta a Dra. Beatriz.
Abril Verde: acidentes de trabalho no Brasil
Dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho mostram que 15,9 mil pessoas morreram no Brasil em acidentes do trabalho de 2016 a 2022. Segundo o levantamento, houve um aumento de 25,4% nos óbitos no período: saltaram de 2.265, em 2016, para 2.842, em 2022 – o último ano com dados consolidados. Esses números consideram apenas as mortes de trabalhadores com carteira assinada.
Os dados mostram ainda um aumento de 11,7% no número de acidentes trabalhistas típicos que não resultaram em morte, no período de 2016 a 2022: subiram de 354.084 para 418.684. Os acidentes de trajeto também registraram elevação, de 16%: aumentaram de 108.150, em 2016, para 125.505, em 2022.
No total, os casos de acidentes típicos, incapacidade permanente, doenças do trabalho, óbitos, e acidentes de trajeto somaram 656.667 em 2022, uma alta de 10,6% sobre o registrado em 2016.
A vigilância e a cobrança permanente das normas de segurança do trabalho, a implementação de programas de gerenciamento de riscos dentro dos locais de trabalho e a instalação de processos de participação do trabalhador nas comissões internas de prevenção de acidentes são importantes ações de prevenção.
Medicina ocupacional
Médico do trabalho é o profissional que se especializou em Medicina no Trabalho ou Medicina Ocupacional, realizando residência médica na saúde do trabalhador.
A profissão foi reconhecida em 2003 pela Resolução 1634, após a criação de um Comitê Misto formado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do Ministério da Educação.
Essa especialidade médica é voltada às patologias relacionadas aos ambientes e atividades laborais, assegurando a melhoria contínua do ambiente social e de trabalho.
Além disso, são requeridos alguns conhecimentos desse profissional tais como noções de direito, administração, toxicologia, ergonomia, higiene ocupacional, entre outros.
Seja dentro da própria organização ou nas clínicas de medicina do trabalho, este profissional tem como função principal preservar a qualidade de vida dos funcionários.
Essas são algumas das atribuições do médico do trabalho:
– Classificar as pessoas com deficiência como PCD para fins trabalhistas;
– Diagnosticar e notificar doenças e acidentes de trabalho e, assim providenciar reabilitação física e profissional;
– Elaborar, implantar e gerir o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), bem como o seu Relatório Anual;
– Emitir relatórios de atividades da medicina ocupacional;
– Fazer acompanhamento dos funcionários e executivos da empresa através de exames periódicos, com avaliação daqueles que possuem ou têm suspeita de alguma doença ocupacional para um possível encaminhamento ao INSS;
– Fornecer informações sobre exames dos funcionários para o departamento de RH da empresa;
– Implantar ações para reabilitação de trabalhadores que possuam algum tipo de dependência química;
– Indicar e limitar o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os colaboradores, quando necessário;
– Inspecionar o ambiente de trabalho, identificando fatores de risco;
– Interpretar e cumprir as normas e regulamentos, bem como adequação com os órgãos governamentais;
– Realizar ações como campanhas de vacinação, combate ao tabagismo, entre outras;
– Realizar e controlar o vencimento dos exames de saúde ocupacional e emitir os Atestados de Saúde Ocupacional (ASOs);
– Ser o responsável técnico (RT) da empresa junto aos órgãos fiscalizadores.
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Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita com Agência Brasil
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