Diminuição no uso de preservativos, principalmente entre os mais jovens, tem contribuído para alta do índice.
O número de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) têm aumentado no Brasil e no mundo. De acordo com o Boletim Epidemiológico de 2022 do Ministério da Saúde, o número de casos de infecção pelo vírus HIV notificados cresceu 15% entre 2020 e 2021 e houve 360 mil casos de sífilis acumulados entre janeiro de 2018 e junho de 2020.
Para lembrar a todos sobre a importância do diagnóstico e do tratamento adequados da sífilis na gestante durante o pré-natal e da sífilis em ambos os sexos como infecção sexualmente transmissível, o terceiro sábado de outubro é marcado como o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita.
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Entenda o que é Sífilis
A sífilis é uma infecção causada por uma bactéria e é exclusiva do ser humano. A transmissão ocorre por contato sexual ou da mãe para o bebê durante a gestação, chamada de congênita.
Os sintomas envolvem o aparecimento de feridas indolores na pele e mucosas, como boca e genitália, irritação na pele, que pode surgir de quatro a dez semanas após a infecção inicial, e, em casos mais avançados, pode afetar os órgãos internos, como cérebro e coração.
O teste rápido para sífilis é prático, de fácil execução e é ofertado gratuitamente nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O resultado sai em, no máximo, 30 minutos. O principal tratamento é feito com penicilina, também disponível no SUS com prescrição médica e com orientação do profissional da saúde.
Existem duas formas principais de denominar a sífilis:
Sífilis adquirida
Transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo vaginal, anal ou oral sem o uso de preservativo.
Sífilis congênita
A gestante transmite a doença para o bebê durante a gravidez ou no parto. Ela pode se manifestar logo após o nascimento ou depois de dois anos de vida da criança. Durante a gestação, a sífilis pode provocar aborto espontâneo ou parto prematuro. Também pode gerar consequências graves ao bebê, como surdez, cegueira, alterações ósseas, má-formação, deficiência mental, podendo levar até à morte.
ISTs e Dermatologia
“Estamos observando um aumento global no número de casos de ISTs, um fenômeno impulsionado por vários fatores”, afirma o Dr. Felipe Aguinaga, coordenador do departamento de IST & AIDS da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A diminuição no uso de preservativos durante o sexo, principalmente entre os mais jovens, tem contribuído para esses números.
“Tem havido, sobretudo entre os jovens, uma redução do uso consistente e correto de preservativos, e a falta de educação sexual abrangente é possivelmente um fator determinante, já que a ausência de informações sobre prevenção, riscos e detecção de ISTs pode levar a comportamentos sexuais de risco”, complementa o médico.
“O estigma também desempenha um papel relevante. Muitas pessoas evitam buscar cuidados de saúde devido ao constrangimento ou medo de julgamento, em especial grupos marginalizados, como a população LGBTQIA+.”
“Além disso, a pandemia de Covid -19 também contribuiu para o aumento dos casos. A redução na testagem, atrasos no tratamento e redirecionamento de recursos para a pandemia podem ter diminuído a conscientização e o acesso aos cuidados de saúde sexual”, explica o Dr. Felipe Aguinaga.
“Os dermatologistas desempenham um papel essencial nesse contexto, não apenas ao proporcionar diagnóstico precoce e tratamento dos casos de ISTs, mas também ao incorporar a saúde sexual na sua abordagem cotidiana aos pacientes.”
“Dessa forma, podem realizar orientações apropriadas, oferecer testagens e contribuir para uma estratégia abrangente de prevenção e cuidados”, conclui o coordenador da SBD, reforçando que o uso de preservativos é fundamental na prevenção de ISTs.
*Foto em destaque: Freepik
Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita, com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia e Ministério da Saúde
comunica.aml@aml.com.br