O Dia Mundial de Luta Contra a Aids pede o engajamento em ações de combate ao preconceito, à desinformação e ao estigma que ainda perduram em torno da doença
O dia 1º de dezembro celebra o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, convidando todos ao engajamento em ações de combate ao preconceito, à desinformação e ao estigma que ainda perduram em torno da doença. É uma oportunidade, também, para apoiar as pessoas envolvidas na luta contra o HIV, melhorando a compreensão do vírus como um problema de saúde pública global.
A data marca também o início da campanha Dezembro Vermelho, que no Brasil traz uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis).
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Aumento nos casos de ISTs preocupa especialistas
Estatísticas apontam que, no País, há 990 mil pessoas vivendo com HIV. No mundo inteiro, esse contingente sobe para 39 milhões de pessoas. Se todos esses homens e mulheres de diferentes idades vivem hoje com qualidade de vida, é graça ao trabalho de médicos, cientistas, profissionais da saúde e ativistas que, ao longo de mais de 40 anos, desde que foi descoberto o primeiro caso no mundo, dedicam-se a promover avanços nos tratamentos, oferecer qualidade de vida e reduzir o preconceito contra quem vive com HIV.
História da AIDS no mundo
Há quatro décadas, uma equipe do Instituto Pasteur, situado na França, fez uma descoberta de grande impacto para a saúde mundial: identificou o vírus responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). Esse marco representou o ponto inicial na batalha contra uma epidemia que, ao longo dos anos, tirou a vida de mais de 40 milhões de pessoas ao redor do mundo.
A revelação do recém-descoberto vírus foi registrada em maio de 1983, por meio de um artigo veiculado na conceituada revista científica Science.
Desde aquele momento até os dias atuais, a convivência com o HIV, inicialmente encarada como uma sentença de morte, passou por uma transformação significativa. Isso se deve aos avanços notáveis nos tratamentos que possibilitam às pessoas viverem de forma saudável e por longo tempo.
Ao mesmo tempo, a comunidade científica tem progredido no desenvolvimento de novas abordagens preventivas e está empenhada em alcançar, finalmente, o desenvolvimento de uma vacina capaz de prevenir a AIDS.
O primeiro caso de AIDS registrado em Londrina
Em Londrina, conforme reportagem da Folha de Londrina , a história do HIV começa em 1985, quando o médico infectologista e associado da Associação Médica de Londrina (AML) José Baldy era chefe do departamento de Moléstias Infecciosas do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina. Naquela época, o único tratamento que havia era com o AZT e a eficiência desse medicamento era precária.
Na reportagem, ele conta que o jovem paciente, de menos de 30 anos, estava na Europa e veio se tratar no Brasil, mas morreu algumas semanas depois.
Logo depois deste primeiro registro, passaram a surgir novos casos, gerando uma situação “nova e triste”. Baldy e outros médicos assumiram uma posição além do ofício: se colocavam como amigos dos pacientes, consolando-os pela situação difícil que estavam vivendo.
Avanços no tratamento
Ao longo dos anos, o desenvolvimento de novos medicamentos, os avanços nos tratamentos e a compreensão clínica de como a doença progride foram fundamentais para levar às pessoas com HIV a possibilidade de viver mais e com mais qualidade. A chegada da classe de medicamentos chamada de antiproteases, por exemplo, mudou completamente a forma de lidar com a doença.
Com esses tratamentos, o vírus entra em estado de “dormência” em algumas células do organismo. Porém, a cura ainda não é possível com a terapia pois, eventualmente, eles “acordam” e voltam a se replicar.
PrEP
Outro avanço em termos de prevenção e combate ao HIV é o tratamento PrEP (profilaxia pré-exposição). Esse método é usado para prevenir HIV em grupos de maior risco de exposição. Com o uso de um comprimido ao dia, é possível se proteger da infecção pelo vírus.
O PrEP funciona da seguinte forma: o antiviral bloqueia uma enzima do corpo necessária para que o HIV se replique ao infectar o organismo, caso o indivíduo seja exposto a ele. É, portanto, uma estratégia anterior à possibilidade de contaminação, mas não de tratamento para pessoas que vivem com o vírus.
Além disso, em caso de pessoas que não tomam a PrEP mas foram expostas ao HIV, uma medida emergencial é a profilaxia pós-exposição (PEP), que deve ser iniciada preferencialmente nas primeiras duas horas e no máximo em até 72 horas após a possibilidade de contato com o vírus.
Dados sobre AIDS
No mundo (2022):
- 39 milhões de pessoas vivendo com o HIV;
- 630 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS;
- 29,8 milhões de pessoas receberam terapia antirretroviral.
No Brasil (2022):
- 990 mil pessoas vivendo com HIV;
- 13 mil pessoas pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS;
- 723 mil pessoas em tratamento.
No Brasil, a maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, com distribuição similar, sendo 52,4% no sexo masculino e 48,4% no sexo feminino.
A testagem, o tratamento precoce e o acompanhamento médico periódico são estratégias fundamentais para controle e prevenção da evolução da doença. O diagnóstico precoce aumenta a expectativa de vida da pessoa que vive com o vírus. O exame laboratorial e o teste rápido, ambos disponíveis no SUS, buscam por anticorpos contra o HIV no material coletado.
Transmissão
De acordo com a Fiocruz, o vírus HIV está presente em quantidade suficiente para causar a doença em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno. Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que penetrar no organismo de outra. Isto se dá através de relação sexual (heterossexual ou homossexual), ao se compartilhar seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical da mãe infectada para o feto durante a gestação ou o trabalho de parto e durante a amamentação.
Por isso, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.
Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita, com informações de Ministério da Saúde, Unaids, jornal O Globo, Folha de Londrina e CNN
comunica.aml@aml.com.br