7 em cada 10 pacientes descobrem a diabetes após complicações

Diabetes foi a doença mais pesquisada nos sites de buscas em 2023

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Cerca de 17 milhões de brasileiros são portadores de diabetes/Freepik

Sete em cada dez pessoas com diabetes só descobrem que têm a doença após desenvolverem complicações, como a dificuldade de cicatrização de lesões na pele. A informação foi divulgada no Atlas da Diabetes, produzido pela Federação Internacional de Diabetes, que também apontou que a diabetes foi a enfermidade mais pesquisada nos sites de buscas na internet em 2023.

Nos últimos 12 meses, a palavra diabetes foi pesquisada no Google do Brasil em uma lista de 766 doenças, segundo dados do Google Trends. Ao menos 17 milhões de brasileiros vivem com a enfermidade, mas a Federação Internacional de Diabetes estima que boa parte dos doentes não sabem que convivem com a doença.

Diabetes Mellitus

A Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina no corpo, que provoca altas taxas de açúcar no sangue – hiperglicemia – de forma permanente. A insulina é produzida pelo pâncreas, sendo responsável pela manutenção do metabolismo da glicose, que permite que tenhamos energia para manter o organismo em funcionamento.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), cerca de 17 milhões de brasileiros são portadores da doença e 40 milhões são pré-diabéticos, levando à morte cerca de 220 mil pessoas por ano no País. O Brasil tem a quinta maior população de diabéticos do mundo.

Segundo os últimos dados do Atlas do Diabetes, publicados em 2022, pelo menos 537 milhões de adultos vivem com diabetes no mundo, 32 milhões só na América Latina. A previsão é que este número chegue a 783 milhões no mundo e 49 milhões na América Latina até 2045. Ainda conforme a pesquisa, uma pessoa morre de diabetes a cada 5 segundos em todo o mundo.

A insulina de ação rápida é imprescindível para pessoas que convivem com o diabetes tipo 1, quando o pâncreas não produz ou produz pouco desse hormônio, que se torna insuficiente para exercer sua ação de levar glicose do sangue para o interior das células. Estes pacientes precisam aplicar o hormônio antes das refeições e para cobrir a necessidade de insulina nas 24 horas do dia e a caneta facilita bastante o processo.

Neste ano, em celebração ao Dia Nacional do Diabetes, em 26 de junho, o Ministério da Saúde recebeu 473 mil canetas do análogo de insulina de ação rápida, asparte, produzidas pela farmacêutica Novo Nordisk. O medicamento é essencial para pessoas com diabetes tipo 1.

Hidrogel

Outra boa notícia que foi publicada este ano é que pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um hidrogel de baixo custo com ação anti-inflamatória capaz de ajudar a tratar feridas crônicas na pele, especialmente recomendado para pacientes com diabetes.

Para quem sofre de diabetes, o processo de cicatrização de lesões é mais complicado porque a hiperglicemia aumenta a produção de substâncias oxidantes e, ao contrário da cicatrização normal, as feridas diabéticas têm resposta inflamatória maior e o processo da formação de vasos sanguíneos é prejudicado.

Elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de São Paulo, o produto contém aminoácidos que vão do número dois ao 26 na cadeia de peptídeos e que forma a proteína AnxA1, necessária para diminuir as células inflamatórias.

O efeito da substância foi avaliado em testes com camundongos que tiveram um quadro semelhante ao do diabetes tipo 1 induzido. Três dias após o início do uso do novo hidrogel, a redução da inflamação começou a ser percebida. Após 14 dias, as feridas estavam completamente cicatrizadas. Camundongos que não passaram por nenhum receberam apenas aplicação de um hidrogel simples, sem a proteína, tiveram características comuns da fase aguda da inflamação, com lesões mais intensas no terceiro dia.

Segundo a pesquisadora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce-Unesp) e coordenadora do estudo, Sonia Maria Oliani, esse novo hidrogel é altamente absorvente, mantém o meio úmido ideal para a cicatrização e mostra eficiência para levar ao processo de cicatrização completa da lesão, com redução de tempo de cicatrização.

A coordenadora explica em nota que o gel ainda está em período experimental, na parte pré-clínica, mas tem uma possibilidade muito grande de entrar no comércio assim que tiver passado pela fase clínica, quando é testado em pessoas . Em seguida, é necessária autorização para a produção. Algumas indústrias mostraram interesse no novo produto, mas ainda não há previsão de quando estará disponível e nem o preço.

A nota ainda destaca o novo hidrogel é de fácil produção e baixo custo, o que o torna muito viável economicamente.  O estudo é feito com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Quais são os fatores de risco para desenvolver o diabetes?

 – Diagnóstico de pré-diabetes;

– Pressão alta;

– Colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;

– Sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;

– Pais, irmãos ou parentes próximos com diabetes;

– Doenças renais crônicas;

– Mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;

– Diabetes gestacional;

– Síndrome de ovários policísticos;

– Diagnóstico de distúrbios psiquiátricos;

– Apneia do sono;

– Uso de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

Tipos de diabetes

Existem quatro tipos de diabetes: o tipo 1 acontece por uma doença autoimune, em que o corpo para de produzir insulina em determinado momento – ou poucas horas e dias antes -, e os sintomas são excessivos, como fome, sede intensa, perda de peso, visão embaçada, infecções urinárias e genitais, dores no corpo. Neste caso, quando a insulina é reposta, o indivíduo fica bom rapidamente.

O diabetes do tipo 2 é uma doença que combina questões hereditárias com o ganho de peso e evolui de forma muito lenta na vida do paciente. Em geral, quando é feito o diagnóstico da diabetes tipo 2, os sintomas já existem há mais de cinco anos. Segundo os especialistas, é uma doença silenciosa, pois o paciente é completamente assintomático ou pouco sintomático.

Já o pré-diabetes é uma condição bem inicial, mas o nível de glicose no sangue já não está normal. O diagnóstico é feito pelo teste na ponta do dedo ou pelos exames de hemoglobina glicada ou curva glicêmica e o paciente já dá início a um tratamento para prevenir contra a diabetes.

Mulheres também podem apresentar o diabetes gestacional. Em geral, são pacientes obesas, que têm histórico de pais com diabetes tipo 2 e que quando estão entre a 26ª e 28ª semanas de gestação, por conta dos hormônios da gravidez, podem apresentar a glicose elevada. A diabetes gestacional precisa ser acompanhada para evitar complicações para mãe e bebê.

Convivendo com a doença

De acordo com os médicos, para conviver bem com a doença, é preciso monitoramento: fazer o teste na ponta do dedo ou usar a medição da glicose continuamente e perceber os efeitos da alimentação, do emocional, da glicose, dos exercícios, dos remédios e da insulina no corpo.

Quando o diabetes está bem compensado, com parâmetros perto da normalidade, a chance de complicações crônicas é mínima. Mas os riscos do diabetes são vários e o controle da doença passa pela mudança de estilo de vida, incluindo alimentação saudável, de preferência com acompanhamento de nutricionista, e exercícios físicos.

Quem tem diabetes tipo 1 precisa fazer a reposição de insulina, já que não produz o hormônio, e manter hábitos de vida saudáveis. Já o diabetes gestacional, dependendo da situação, pode ser tratado só com alimentação saudável. A atividade física é importante para todos os tipos de diabetes.

Prevenção

A combinação entre alimentação saudável e exercícios físicos é a maneira mais efetiva de prevenir a diabetes. Tomar muita água, cuidar do peso, dormir direito e reduzir o estresse completam a equação.

(Atualizada em 18/12/23 às 16h53)

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Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita (com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes, G1 e Agência Brasil)

comunica.aml@aml.com.br

 

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