Após participarem de festa em fazenda em Campinas, pelo menos quatro pessoas morreram depois de apresentarem sintomas da doença
Ao menos quatro pessoas morreram por febre maculosa após participarem de uma festa na zona rural de Campinas, no interior de São Paulo. Duas vitimas da doença são a dentista Mariana Giordano, 36, e seu namorado, o piloto de automobilismo Douglas Costa, 42. Ambos morreram em 8 de junho de 2023 após apresentarem subitamente febre, dores e manchas vermelhas no corpo. Uma terceira mulher de 28 anos e uma adolescente de 16 anos, que estariam na mesma festa que eles, também morreram com a doença, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Há outros casos ainda sob investigação.
Reportagem da CNN Brasil informa que Mariana percebeu marcas de picada de inseto pelo corpo após viajar para Campinas (SP). Ela começou a apresentar os sintomas relatados quando já estava em Monte Verde, distrito do município mineiro de Camanducaia, para onde viajou com o namorado.
Saiba os sintomas da febre maculosa
A febre maculosa é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. Conforme informações da Secretaria Estadual da Saúde do Paraná, é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável. Ela se apresenta desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. Os principais sintomas da febre maculosa são:
- Febre alta e súbita;
- Cefaleia;
- Hiperemia conjuntival;
- Dor muscular e articular;
- Mal-estar;
- Dores abdominais;
- Vômito;
- Diarreia;
- Exantema.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde, para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.
A febre maculosa é mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato, conhecidas como micuins.
Tratamento da febre maculosa
A febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com antibióticos seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total. Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.
Saiba como prevenir febre maculosa
Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para se proteger dos carrapatos.
- Ao entrar em locais de mato, por exemplo, a dica é usar calça e camisa compridas e claras e, preferencialmente, de botas. Ainda, a parte inferior da calça deve ser posta dentro das botas e lacrada com fitas adesivas.
- Se possível, evite caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos e, a cada duas horas, verifique se há algum deles preso ao seu corpo. Quanto mais depressa ele for retirado, menores os riscos de infecção.
- Atenção: ao retirar um carrapato, não o esmague com as unhas. Com o esmagamento, pode haver liberação das bactérias que têm capacidade de penetrar através de pequenas lesões na pele.
- Outra dica da Biblioteca Virtual de Saúde é não forçar o carrapato a se soltar encostando agulha ou palito de fósforo quente, pois o estresse faz com que ele libere grande quantidade de saliva, o que aumenta as chances de transmissão das bactérias transmissoras da doença.
- A orientação é que os carrapatos sejam retirados com cuidado, por meio de uma leve torção, para que sua boca solte a pele.
- Ao entrar em locais de risco, é possível fazer uso de repelentes com concentrações maiores do produto químico DEET (N-N-dietil-meta-toluamida), que são eficientes contra mosquitos e carrapatos.
Informação aos médicos
De acordo com a Portaria do MS de consolidação PORTARIA Nº 264, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2020 – todo caso de febre maculosa é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde. Deve-se iniciar a investigação epidemiológica em até 48 horas após a notificação, avaliando a necessidade de adoção de medidas de controle pertinentes.
Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita – com informações de Secretaria Estadual de Saúde do Paraná e Biblioteca Virtual em Saúde
comunica.aml@aml.com.br
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