Petrushka: NAP participa de estudo da Universidade de Oxford sobre antidepressivos

Pesquisadores pretendem recrutar cerca de 150 pacientes com depressão unipolar sem tratamento para alimentar a plataforma de dados sobre saúde mental chamada Petrushka

Petrushka é a ferramenta que irá facilitar um estudo clínico inovador na abordagem de pacientes em tratamento de depressão que contará com a participação da dentista, doutora em Farmacologia e docente da PUC-PR Karen Fernandes, atual coordenadora do Núcleo de Apoio ao Pesquisador (NAP) da Associação Médica de Londrina (AML).

O nome Petrushka é um acrônimo do inglês para Tratamento Personalizado com Antidepressivo para Depressão Maior, que é a ferramenta de inteligência artificial que será utilizada no ensaio clínico multicêntrico internacional realizado pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, da Inglaterra, no qual as pessoas diagnosticadas com depressão passarão por atendimento clínico convencional.

No Brasil, o projeto será conduzido com a participação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que formalizou um novo Acordo de Cooperação Internacional com a Universidade de Oxford, voltado ao intercâmbio de estudantes da área médica e o aperfeiçoamento da plataforma Petrushka, que auxilia no diagnóstico de saúde mental.

O protocolo entre as instituições prevê o desenvolvimento de atividades pelo período de cinco anos, envolvendo docentes da área de Psiquiatria da UEL e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) com a equipe do professor italiano Andrea Cipriani, de Oxford, referência internacional em análises sobre a eficiência dos antidepressivos. 

A formalização do acordo foi conduzida pela Assessoria de Relações Internacionais (ARI) e o trabalho dos pesquisadoras conta com o apoio da Fundação Araucária, do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), da Prefeitura de Londrina, e do NAP-AML.

Quem pode participar do Petrushka

Para este estudo, os pesquisadores pretendem recrutar cerca de 150 pacientes com depressão unipolar que não estejam em tratamento por medicação ou sem o controle adequado da doença no momento. 

Os pacientes serão acompanhados inicialmente por seis meses, contemplando consultas de avaliação e acompanhamento, incluindo o fornecimento da medicação indicada de forma gratuita. 

Os pacientes interessados em participar do estudo devem ser encaminhados ao Ambulatório de Medicina da PUCPR. Podem participar pacientes de toda rede de saúde de forma geral, como das Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, Centros de Atenção Psicossocial, ambulatórios, clínicas privadas ou outros serviços. Mais informações pelo telefone (43) 3372-6086.

O próprio paciente também pode se voluntariar a participar do projeto, preenchendo este formulário online. A equipe de pesquisa entrará em contato e agendará uma primeira consulta para avaliação. 

Plataforma auxilia o diagnóstico de saúde mental

O médico psiquiatra e docente do curso de Medicina da UEL Dr. Marcos Liboni integra o grupo de pesquisa e destaca que o trabalho do professor Andrea Cipriani consiste na elaboração de um estudo científico que busca produzir dados que irão alimentar uma plataforma que auxilia no diagnóstico de saúde mental, a chamada Petrushka. 

Utilizando a Inteligência Artificial (IA), a plataforma é capaz de processar e analisar grandes conjuntos de dados (Big Data) oriundos de pacientes do mundo todo. O principal objetivo, ressalta o Dr. Liboni, é auxiliar médicos psiquiatras e pacientes a escolherem os medicamentos mais adequados para o tratamento da depressão. 

“É uma forma de promover uma abordagem mais participativa dos pacientes, seguindo preferências em relação aos efeitos colaterais. Também é um caminho interessante para chegarmos em marcadores biológicos que vão auxiliar na predição de respostas. Em um segundo passo, desejamos obter os preditores e, em um terceiro nível, a pesquisa deseja descobrir os fatores genéticos da doença”, diz o Dr. Marcos Liboni.

Segundo ele, o acordo internacional prevê a realização de estudos clínicos em Londrina, recebendo adultos e idosos que possuem um quadro depressivo. “São pessoas que ainda não iniciaram o tratamento e ou já iniciaram mas estão dispostas a participar do estudo. Porque será um estudo pragmático, ou seja, de uma forma que é mais próxima possível do trabalho na clínica.” 

Também participará das pesquisas o médico psiquiatra e professor da UEL Dr. Diego Augusto Nesi Cavichioli.

Andrea Cipriani

Docente do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Oxford, Andrea Cipriani esteve em Londrina em março para a assinatura do acordo. Ele também ministrou na sede da AML a palestra “Psiquiatria de precisão e a individualização de tratamento em saúde mental”.

Cipriani é professor e pesquisador no National Institute for Health and Care Research (NIHR) e também acumula as atividades de diretor em um hospital ligado à instituição e de editor-chefe de uma revista científica. 

Ele atua há muitos anos com análises sobre a eficácia de antidepressivos, tendo liderado testes clínicos e pesquisas divulgadas nas principais publicações científicas sobre medicina do mundo, como a revista The Lancet – uma das mais antigas revistas de Medicina do mundo, fundada em 1823, no Reino Unido.

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Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita com Agência UEL

comunica.aml@aml.com.br

 

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