Auxiliar equipes médicas na análise da progressão das células cancerígenas na região das mamas, bem como os efeitos dos medicamentos usados no tratamento do câncer, são os objetivos de um software desenvolvido por dois estudantes de pós-graduação do Centro de Ciências Exatas (CCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coordenados pela professora do Departamento de Matemática Neyva Maria Lopes Romeiro.
Resultado de um trabalho científico proposto pela docente em 2019, o software já está registrado. O projeto “Uso de software que integra algoritmos de geração de malhas na modelagem matemática – câncer de mama – avaliação da dinâmica da proliferação de células anormais e o uso de agentes quimioterápicos em um modelo de difusão” conta com participação de pós-graduandos e graduandos da área de Computação.
De acordo com os mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UEL Rafael Furlanetto e Pedro Zaffalon, desenvolvedores do sistema, o software ContExt nasceu com o objetivo de preparar e processar imagens geradas em exames médicos, como mamografias e tomografias, extrair os dados e aplicar modelos matemáticos e simulações que permitam projetar o crescimento de um tumor maligno.
Desde o início do trabalho, imagens de exames clínicos obtidas em mamografias foram usadas como base, no entanto, o sistema também poderá processar imagens geradas em outros tipos de exames.
Uma das principais potencialidades do ContExt na análise das malhas e na simulação numérica é a sua capacidade em selecionar pequenos grupos de regiões que contêm valores mais luminosos, obtidos pelo processo de digitalização da imagem que podem não ter sido identificados na análise da mamografia. Após a identificação destas regiões, um contorno será gerado pelo software e preparado para receber a simulação matemática. Isso vai auxiliar oncologistas e demais especialistas a tomarem decisões com ainda mais embasamento e antecedência.
“Por exemplo, conseguimos selecionar regiões ainda menores porque identificamos esse espaço com uma densidade maior. Então, utilizamos nesse contorno o modelo matemático para identificarmos quanto tempo levaria para (o tumor) se espalhar. Outra ideia é selecionar uma região maior, usar o tratamento de quimioterapia, por exemplo, e ver em quanto tempo ele iria diminuir”, explica a professora Neyva Romeiro.
Prêmio CAPES – Outra pesquisa recente que pode antecipar o tratamento do câncer de mama foi desenvolvida pela cientista brasileira Ana Elisa de Oliveira, que criou dois sensores de baixo custo, impressos em papel, para detectar a presença de substâncias deixadas pelo tumor em fluidos corporais, a exemplo de soro sanguíneo ou saliva.
Segundo a doutoranda da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), as vantagens no uso de sensores eletroquímicos são a alta sensibilidade da ferramenta, que eleva a qualidade dos resultados, e o custo de produção baixo. Os aparelhos são descartáveis, requerem pouca manutenção e a análise dos testes dispensa técnicas especializadas. “Sensores impressos em tela custam, em média, cinco dólares, contra oito centavos do sensor de grafite proposto pela pesquisa. Isso é, nosso aparelho tem um valor 65 vezes menor que o do produto de mercado”, compara a doutoranda que ganhou o Prêmio CAPES de Tese 2023, do Ministério da Saúde, na área de Materiais.
Por Comunicação AML – Divulga e Infinita Escrita
Com informações O Perobal – UEL
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