Programa Nacional da Triagem Neonatal, popularmente conhecido como “teste do pezinho”, garante diagnóstico precoce e assistência adequada e de qualidade aos pacientes
O Ministério da Saúde anunciou o incremento de mais de R$ 30 milhões por ano para ampliar o Programa Nacional da Triagem Neonatal (PNTN), uma notícia a se comemorar neste Dia Nacional do Teste do Pezinho, celebrado em 6 de junho. O objetivo é garantir acesso ao diagnóstico precoce e, consequentemente, à assistência adequada e de qualidade.
De acordo com o pediatra Dr. Renato Mikio Moriya, associado da AML, o exame de triagem neonatal, popularmente conhecido como “Teste do Pezinho”, é realizado a partir do sangue coletado do calcanhar do recém-nascido para descobrir possíveis doenças genéticas e metabólicas de maneira mais precoce.
“Faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal, uma política pública de saúde que visa detectar e tratar, precocemente, doenças que são incuráveis, todavia passíveis de tratamento, prevenindo o aparecimento de deficiências, incluindo a deficiência intelectual, que comprometam o desenvolvimento normal das crianças”, diz o médico.
Segundo ele, a triagem neonatal define uma metodologia de rastreamento específico, numa população entre 0 e 30 dias de vida, para doenças metabólicas e outras patologias como as hematológicas, genéticas, infecciosas, entre outras. “Deve ser realizado após 48 horas de vida e a coleta é por meio de uma punção no calcanhar do bebê.”
A partir do resultado do Teste do Pezinho, é possível evitar mortes e deficiências, além de proporcionar melhor qualidade de vida a pacientes que são acometidos por condições raras.
Com o novo aporte, a expectativa do governo federal é que o Sistema Único de Saúde (SUS) passe a contar com mais 29 serviços de referência em triagem neonatal, além dos 31 já existentes, com distribuição em todos os estados e no Distrito Federal por meio de unidades de saúde públicas, filantrópicas, universitárias e privadas.
O cronograma prevê também a habilitação de 28 laboratórios para triagem neonatal. Hoje, o Brasil conta com mais de 60 protocolos clínicos para doenças classificadas como raras.
Com a ampliação das ações, o Teste do Pezinho passa a ser incluído no escopo dos serviços de referência em triagem neonatal, o que torna necessária uma equipe mínima, composta por um pediatra, um enfermeiro, um nutricionista, um psicólogo e um assistente social. Os recursos também serão investidos nos Correios, responsável pela logística do programa.
De acordo com o Ministério da Saúde, também fazem parte dos critérios de incentivo o monitoramento dos indicadores do Teste do Pezinho, o matriciamento da rede de coleta, a capacitação dos profissionais de saúde quanto às doenças raras, a atenção ao paciente diagnosticado e aos casos complexos, além da operacionalização da triagem.
Sobre o Teste do Pezinho
A coleta do Teste do Pezinho acontece em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em maternidades cadastradas por todo o país, e deve ser realizada preferencialmente após entre o 3º e o 5º dia de vida do recém-nascido, pois quanto mais cedo forem identificadas as doenças, melhores são as chances de tratamento.
O Teste do Pezinho está disponível em todo o Brasil, com 26.582 pontos de coleta, distribuídos na rede de Atenção Primária, em hospitais, maternidades e em comunidades indígenas. O SUS ainda garante o atendimento com médicos especialistas a todos os pacientes que passaram pela triagem.
“O Teste do Pezinho é realizado através do sangue coletado do calcanhar por meio de uma punção com lanceta estéril e descartável por um profissional de saúde. O PNTN disponibiliza para os recém-nascidos o diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento, por meio do SUS, de uma série de doenças”, reforça o Dr. Renato Moriya.
São sete as doenças inseridas no escopo do PNTN:
- Fenilcetonúria;
- Hipotireoidismo congênito;
- Doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
- Fibrose cística;
- Hiperplasia adrenal congênita;
- Deficiência de biotinidase;
- Toxoplasmose congênita.
Na opinião do médico, o Teste do Pezinho é importante pois possibilita o tratamento preventivo. “Assim, o objetivo do teste é detectar, de maneira mais efetiva, doenças genéticas e metabólicas que podem comprometer a saúde da criança. É de suma importância o diagnóstico precoce, possibilitando o planejamento de tratamento específico com o intuito de prevenir complicações.”
“A criação do PNTN possibilitou que recursos governamentais sejam destinados também ao pagamento dos exames confirmatórios, pagamento dos exames necessários para diagnóstico tardio para pacientes que não foram triados no período neonatal e ainda custear o acompanhamento dos pacientes nos Serviços de Referência em Triagem Neonatal”, completa.
Ele destaca que o teste deve, obrigatoriamente, ser realizado na primeira semana de vida do recém-nascido. “O atraso pode ser prejudicial à criança. Todas as unidades de saúde estão preparadas para a sua coleta e encaminhamento à jusante.”
“É importante que a coleta seja feita o quanto antes. Os casos positivos são encaminhados para tratamento, o mais rápido possível, diminuindo as chances de que o recém-nascido venha a desenvolver complicações graves causadas pelas doenças pesquisadas. Por isso a realização do exame já nos primeiros dias de vida da criança é tão importante e necessária.”
Ele lembra que a realização do teste é obrigatória em todo o território nacional e a coleta deve ser feita no momento da alta hospitalar. “Toda a equipe de saúde está mobilizada para que todas as crianças sejam atendidas de forma integral.”
Por Comunicação AML – Infinita Escrita com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde
comunica.aml@aml.com.br
Leia também: Associado AML defende proibição de vapes no Senado
Por Comunicação AML – Infinita Escrita com informações da Agência Brasil e do Ministério da Saúde
comunica.aml@aml.com.br