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6 / JORNAL DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE LONDRINA / AGOSTO 2019 www.aml.com.br
De pai pra filho:
Homenagem AML
a medicina como legado
Gaúcho de Alegrete, o cardiologista Samuel Silva da Silva, que fixou raízes em Londrina em 1972,
é o personagem da reportagem que homenageia todos os pais médicos, e pais dos profissionais e
acadêmicos associados AML
Aliada à tarefa de cuidar da saúde das pessoas, atua no ramo da gastronomia na Califórnia (EUA),
muitos médicos carregam outra sagrada missão: conta que ficou surpreso quando soube que o pri
a de serem pais. Em alguns casos, pais médicos mogênito queria cursar medicina. “Imaginava que
vêm os filhos reproduzir seus passos, inspirados ele seria físico, matemático ou engenheiro porque
por uma relação de carinho e admiração. É o caso ele tem uma cabeça brilhante para essas coisas.
do Dr. Samuel Silva da Silva, cardiologista e pai do Foi uma surpresa ouvir que ele queria estudar me
Dr. Luciano Rodrigues e Silva, que além do ofício dicina, uma boa surpresa. Surpresa maior ainda
na medicina, carrega a mesma especialidade que foi ele ter seguido os mesmos caminhos que eu”,
o pai. Nascido em Alegrete (RS), doutor Samuel expõe. Luciano se formou pela UEL em 1996 e
formouse médico pela Universidade Federal de fez residência também no Hospital das Clínicas da
Santa Maria (UFSM) em 1968. Fez residência no USP. O médico se especializou nas áreas de clínica
Hospital das Clínicas da Universidade de São médica, cardiologia clínica e hemodinâmica, e hoje
Paulo (HC/USP), na capital paulista, onde se atua nos hospitais Evangélico, Universitário, Arau
especializou e deu início à carreira profissio cária e com o pai no Norte do Paraná (Honpar), em
nal. Em 1972, foi convidado a implementar o Arapongas, onde são colegas de profissão. Pai do
primeiro serviço de hemodinâmica no inte Pedro Henrique (8) e da Sofia (11), o filho Luciano
rior do sul do Brasil, cuja sede seria a cidade conta que a tradição da medicina deve perma
de Londrina, onde fixou raízes e vive desde necer nas próximas gerações da família Silva. “É
então. Aqui, simultaneamente ao exercício natural que a relação de admiração e afeto que
profissional, foi professor da Universidade temos com os pais influencie nossas escolhas.
Estadual de Londrina (UEL) por 45 anos. “Me Minha filha, por exemplo, quer ser médica. Meu
aposentei na expulsória”, brinca. Graças à pai pai nunca impôs que eu seguisse determinada
xão pelo magistério e constante busca pelo apri carreira, assim como nunca fiz qualquer pressão
moramento intelectual, o cardiologista foi titulado favorável ou contrária à profissão que a Sofia
mestre pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) quer seguir, mas é algo que a gente transmite de
do Rio de Janeiro e participa até hoje de atividades alguma forma. Ela vê avô, pai e tios médicos, isso
científicas em todo o Brasil. Durante a docência cria uma admiração pela profissão”, relata. O avô
na UEL, foi professor de um aluno especial – seu reitera a opinião do pai: “ela vai ser médica, eu
filho mais velho, Luciano. Samuel, que é pai tam tenho certeza”, conta o Dr. Samuel, que enxerga
bém do dentista Marcio Roberto e do Diego, que na neta traços que tinha quando criança.
Do álbum de lembranças para a
memória e acervo histórico da
AML, foto de 1972 do Dr. Samuel
Silva da Silva em procedimento
no primeiro serviço de hemodi
nâmica do Sul do país, e da entre
ga de diplomas para formandos
da UEL quando foi Coordenador
do Colegiado de Medicina