Page 14 - Jornal da AML - NOVEMBRO 2019
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14  /  JORNAL  DA  ASSOCIAÇÃO  MÉDICA  DE  LONDRINA  /  NOVEMBRO 2019                                             www.aml.com.br
                                      Roda de Conversa sobre
          Cidadania
                   "Violência Doméstica contra a Mulher"




           Promoção conjunta da AML com a secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres de Londrina visa
             orientar médicos e estudantes de medicina para melhor avaliação, orientação e condução de casos
              identificados em consultórios ou em atendimento ambulatorial de hospitais e unidades de saúde

         A Roda de Conversa será em 21 de novembro, a                                      e adolescentes, homens), mas não podemos es-
       partir das 19:30 horas, no auditório da Associação                                  quecer que se inteirar, atualizar e saber como lidar
       Médica, e será aberta também à comunidade, já                                       com esta questão também é uma demanda da so-
       que este encontro integra a programação da se-                                      ciedade. E no caso da classe médica, mais ainda,
       cretaria  Municipal  de  Políticas  Públicas  para  as                              pois a violência viola os direitos humanos, o direito
       Mulheres que, desde setembro vem realizando di-                                     à vida, à saúde e à integridade física da mulher”,
       versas ações com o apoio de entidades de classe e                                   completa a médica Beatriz Tamura.
       instituições sociais – dentre elas a AML – por meio                                    Segundo a secretaria de Políticas para as Mu-
       do programa “Juntas Somos Mais.”                                                    lheres, nesta Roda de Conversa serão apresen-
           Participam  da Roda,  que  será  conduzida  pela      “Na maioria das vezes é o médico quem primei-  tadas informações sobre a Lei Maria da Penha
       presidente da AML, Dra. Beatriz Tamura, e pela   ro identifica a (possível) violência – seja em seu   (um dos instrumentos mais importantes para o
       secretária Nádia Oliveira de Moura, também re-  consultório, seja em pronto-atendimento. Mas   enfrentamento da violência doméstica e familiar
       presentantes  do  Ministério  Público,  do  Juizado  e   muitas  vezes  o  profissional  (ou  mesmo  o  estu-  contra  as  mulheres),  as  medidas  protetivas,  os
       da Segurança Pública do município de Londrina, já   dante em regime de Internato) não está atuali-  serviços de prevenção e apoio às vítimas de vio-
       que um dos principais pontos abordados no pro-  zado em como proceder de forma legal e segura   lência, as ações e políticas disponíveis em Lon-
       grama do encontro é justamente melhor orientar   para si e para a vítima, ou ainda desconhece para   drina pela rede de  enfrentamento  à violência
       os médicos quando observada a suspeita de vio-  onde deve encaminhar a paciente, como e quan-  doméstica e familiar e as maneiras com quais os
       lência  em  momento  de  atendimento  a  uma  mu-  do deve ou se cabe a ele denunciar “, comenta   médicos e estudantes podem ajudar denuncian-
       lher. O objetivo é informar como proceder, condu-  a presidente da AML, reforçando a importância   do os casos de violência.
       zir e encaminhar o caso aos órgãos competentes,   deste encontro para a classe médica.     O evento na AML, em 21 de novembro, ante-
       conforme preconiza o Código de Ética Médica e as     “Sabemos que é dever do Estado criar políticas   cipa as ações do Dia Internacional de Combate
       medidas protetivas, os serviços de prevenção e   públicas, coibir, punir e buscar erradicar todas as   a Violência contra as Mulheres, celebrado mun-
       apoio às vítimas de violência existentes na cidade.   formas de violência (seja contra a mulher, crianças   dialmente em 25 de novembro.


         AS FORMAS - A violência contra as mulheres se manifesta de diversas formas. De fato, o   NÚMEROS DE LONDRINA - De acordo com dados da Patrulha Maria da Penha, da Guarda Mu-
         próprio conceito definido na Convenção de Belém do Pará (1994) aponta para esta ampli-  nicipal de Londrina, de janeiro a setembro deste ano, 476 ocorrências de mulheres vítimas de
         tude, definindo violência contra as mulheres como “qualquer ação ou conduta, baseada no   violência já foram atendidas pelos guardas municipais. Destas, 160 mulheres já tinham medidas
         gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no   protetivas para se protegerem contra os agressores e, em 46 casos, ele foi preso em flagrante.
         âmbito público como no privado” (Art. 1°). Além das violações aos direitos das mulheres e a   Além disso, 91 ocorrências de violência foram realizadas para mulheres que não tinham medida
         sua integridade física e psicológica, a violência impacta também no desenvolvimento social,   protetiva e em 20 delas foi possível prender o agressor no momento do ato violento. Atualmente,
         cultural e econômico de um país, de uma cidade, de uma família.  3.700 mulheres contam com medidas protetivas em Londrina.
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