Page 7 - Jornal da AML - ABRIL 2021
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PESQUISA CFM
A COVID-19 E O MERCADO DE TRABALHO MÉDICO
14,2% dos entrevistados do setor privado relataram que foi necessário fechar
consultórios ou demitir funcionários por conta do impacto da pandemia no
cotidiano de seus estabelecimentos
Na percepção dos médicos entrevistados pelo cais de trabalho. Contra desafios futuros, Saúde (SUS), ampliar a capacidade de pro-
CFM, a pandemia causou a perda de víncu- médicos apostam no incentivo à pesquisa dução nacional de medicamentos e equipa-
los de trabalho para parte dos profissionais: e na valorização dos profissionais. E 22% mentos, fortalecer o conhecimento científico
11,8% dos que atuam a maior parte do tempo disseram acreditar que a principal impli- e, sobretudo, valorizar a força de trabalho
na rede privada tiveram essa percepção. No cação futura da doença para a medicina que tanto se dedica a oferecer atendimento
setor público, o percentual é ligeiramente me- será a inserção cada vez maior da tecnolo- de qualidade aos brasileiros”, ressalta Mau-
nor: 10,4%. Outros ainda relatam que foi ne- gia na relação médico-paciente ro Ribeiro, presidente do CFM.
cessário fechar consultórios ou demitir fun- Pelo menos 88% dos médicos ouvidos pelo Outras prioridades apontadas pelos profis-
cionários por conta do impacto da Covid-19 no CFM acredita no surgimento de novas epi- sionais: maior investimento público em sane-
cotidiano dos estabelecimentos. Essa realida- demias nos próximos anos. E para enfrentar amento básico (15%) e saúde (11,4%); forta-
de foi observada por 14,2% dos entrevistados possíveis desafios no futuro, quase 15% de- lecimento da Atenção Básica (13%) e reforço
do setor privado e 10% dos que atuam no SUS. les defendem que os médicos e outros pro- no sistema de vigilância sanitária em portos,
Para alguns, porém, a pandemia abriu fissionais da saúde sejam valorizados com a aeroportos e grandes eventos (12,3%). O apa-
espaço para oportunidades e novos víncu- criação de carreiras específicas, enquanto relhamento de hospitais e centros de saúde e
los de trabalho: 11,4% dos entrevistados outros 15% apostam na priorização de pes- a ampliação da oferta de leitos de internação
da rede privada e 15,2% da rede pública quisas científicas e desenvolvimento de tec- e de UTI também foram indicadas como ne-
compartilham dessa perspectiva. Apenas nologias e produção de insumos estratégi- cessidades prementes. E maior valorização e
3% declarou não ter observado qualquer cos. “A pandemia deixará para o Brasil uma reconhecimento dos médicos como profissio-
impacto e 1% não soube avaliar ou disse se lição inquestionável: precisamos estar pre- nais essenciais para a sociedade, apontada
sentir indiferente às mudanças em seus lo- parados. Investir mais no Sistema Único de por 13% dos entrevistados.
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