Page 5 - Jornal da AML - JUNHO 2021
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CARREIRA
PARCERIA NA CLÍNICA E NA VIDA
Nas mais duradouras sociedades entre médicos, os conceitos de empatia,
colaboração, solidariedade e amizade fazem parte do dia a dia
A medicina une pessoas que compartilham o objetivo comum de me- Nas mais duradouras sociedades, os conceitos de empatia, colabora-
lhorar a vida das outras pessoas por meio da ciência e da humanidade. ção, solidariedade e amizade fazem parte do dia a dia. Para inspirar o
Por isso, na carreira médica, somar forças com profissionais da mesma trabalho colaborativo e mostrar que a amizade faz parte do relaciona-
especialidade é algo quase corriqueiro. Manter a parceria por décadas, mento entre médicos, o Jornal AML convidou associados para contarem
porém, é um desafio que extrapola o exercício da medicina. suas histórias de longas parcerias em Londrina.
JUNTOS, DESDE A
PRIMEIRA TURMA
DA UEL
Entre os jovens médicos que se forma -
ram nas primeiras turmas de medicina da
Universidade Estadual de Londrina (UEL),
três deles somaram forças logo após
concluírem a residência em Pediatria e
continuam como parceiros de trabalho
até hoje, e há quase 50 anos.
Milton Macedo de Jesus, Eduardo Inada e
Álvaro Luiz de Oliveira são sócios na clínica,
mas a trajetória em comum iniciou muito an-
tes, ainda na Faculdade de Medicina Norte
do Paraná, e por grande influência do pedia -
tra Eduardo de Almeida do Rêgo Filho, pro -
fessor da faculdade na época e inspirador época foram as visitas diárias às crianças Dr. Álvaro, que foi pre-
de muitos médicos que fizeram a opção por internadas, algo que não fazia parte da roti- sidente da AML entre os
essa especialidade em Londrina. na dos pediatras até então. anos de 1992 e 1994, des-
Milton e Eduardo se formaram na primeira A experiência os incentivou a investir em taca que a parceria entre
turma de medicina da UEL, em 1972, e Álvaro uma clínica para atendimentos particulares, profissionais colaborou
concluiu o curso na segunda turma, um ano que começou na rua Alagoas e hoje tem en - na formação continuada
depois. Enquanto Dr Milton fez a residência dereço na Avenida Bandeirantes. Paralela- e permitiu que acompa-
na Santa Casa, em São Paulo, os outros dois mente, eles assumiram responsabilidades nhassem toda a evolução
colegas estudaram juntos na residência na na saúde pública de Londrina e na defesa da medicina ao longo dos
mesma universidade onde se graduaram. dos interesses dos médicos, nas entidades anos. “Quando trabalhamos em conjunto, tro-
Ao se reencontrarem em Londrina, na representativas da profissão. camos ideias e informações sobre os casos e
companhia dos médicos Jean Sangiorgio nos ajudamos mutuamente. Ganham os profis-
(já falecido), Dênio Lima e Elson Noris - que sionais e os pacientes”, analisa o especialista
depois seguiram trajetórias individuais - , Dr. Milton foi o primei- que também dirigiu por muitas gestões, e em
eles uniram forças na criação de uma clí- ro diretor do Hospital da anos alternados, o departamento de Pediatria
nica de pediatria do Inamps (Instituto Na- Zona Norte de Londrina e Cirurgia Pediátrica da AML.
cional de Assistência Médica e Previdência e chefiou a 17ª Regional
Social), na época chamada de PPA, para de Saúde. “Por anos se-
atender crianças que não conseguiam guidos, nos mobilizamos Outro ponto positivo des-
atendimento no horário convencional dos para oferecer formação tacado pela parceria é a
postos de saúde. E foi assim que iniciaram continuada com presença solidariedade. Dr. Eduar-
a parceria profissional que já estava pla- de profissionais de desta- do conta que os colegas
nejada desde os tempos de estudantes. que, inclusive na AML, que sempre foi a nossa atendem pacientes uns
Os pediatras lembram que, na década de casa”, conta o médico que também dirigiu, por dos outros, quando ne-
1970, o dia a dia profissional era bem dife - mais duas décadas, o departamento de Pe- cessário, e trocam mui-
rente. Não havia tantas vacinas e as crian - diatria e Cirurgia Pediátrica da Associação, e tas informações sobre
ças adoeciam mais gravemente. “Depois da conduziu outros tantos anos os cursos de atu- medicina e ciência. “É assim que conseguimos
criação da clínica, nenhuma criança deixou alização na especialidade, resultado dos iné- tirar férias”, brinca, reforçando que o fato de
de ser atendida com excelência”, recorda Dr. ditos Serões de Pediatria, realizados também serem muito felizes com a profissão que esco-
Álvaro. Outras inovações implementadas na pela AML ainda nos anos 1980-1990. lheram facilita o relacionamento.
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